Iggor e Max Cavalera. Crédito: Reprodução/Facebook
Por Gilberto Havrelhuk.
Nos últimos dois anos, os irmãos Max e Iggor Cavalera embarcaram em uma jornada nostálgica ao revisitar os primeiros trabalhos do Sepultura. O resultado é o boxset Third World Trilogy, que traz regravações de Bestial Devastation (1985), Morbid Visions (1986e Schizophrenia (1987). O objetivo foi modernizar as faixas clássicas, superando as limitações técnicas das gravações originais e apresentando o som emblemático da banda com qualidade aprimorada.
Em entrevista ao canal Metal Global, Max Cavalera comentou sobre o projeto e as reações divididas do público. Enquanto alguns fãs valorizam o som cru e autêntico das versões originais, Max defendeu a ideia de trazer uma nova perspectiva ao material. “Eu, como músico e fã, tenho a curiosidade de ver essas músicas de uma outra maneira. É uma versão mais foda, com guitarras mais brabas e afiadas, e a bateria com um som melhor”, explicou.
Max ainda comparou a experiência com uma possibilidade hipotética envolvendo outro gigante do metal. “Se o Metallica regravasse Kill ’Em All com o som do disco novo, eu acharia bem legal e compraria o disco.” Segundo ele, regravações como essas não tiram o valor das originais, mas oferecem uma nova experiência tanto para o público quanto para os próprios músicos, que revivem o passado com novas ferramentas criativas.
O projeto reflete um debate frequente no mundo do metal: a tensão entre preservar a autenticidade de gravações clássicas e explorar as possibilidades técnicas modernas. Para os Cavalera, o Third World Trilogy é mais do que uma atualização sonora é um tributo ao legado do Sepultura, que ainda ressoa com força entre fãs antigos e novos.